quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Conheça táticas certeiras para neutralizar colegas de trabalho nocivos

Conviver é uma das missões mais difíceis da vida. Então imagine passar horas em um escritório com uma pessoa problemática, chata ou perniciosa: bom humor, desempenho e até futuro profissional podem sair arranhados. UOL Mulher conversou com alguns especialistas que definiram os cinco tipos mais perigosos de colegas -o manipulador, o invejoso, o fofoqueiro, o falso e o queixoso- e sugeriram algumas estratégias para enfrenta-los sem prejudicar sua carreira.

Antes de mais nada, entretanto, é importante que você conheça o seu estilo comportamental e saiba quais são os perfis opostos ao seu, os que mais lhe causam dificuldades. “Tente trabalhar e controlar suas emoções, evitando se desgastar com questões menores e que desviem a atenção de seus objetivos", aconselha a psicóloga e coach Cristiane Moraes Pertusi. Ela ressalta que lidar com essas pessoas é um desafio que nos ajuda a evoluir.

MANIPULADOR

Sabe (ou pensa que sabe) direitinho como lidar com cada pessoa. Presta atenção à forma de se comunicar, aos interesses e, principalmente, aos sentimentos do outro. A psicóloga organizacional Izabel Failde diz que uma de suas táticas é adotar a "técnica de vítima", passando-se por uma para conseguir o que quer. Os manipuladores também investem em um “joguinho" de amizade: ficam por perto, sabem das suas atividades, do seu jeito de trabalhar. “E ludibriam com elogios falsos ou promessas para novos cargos para que os outros façam o que eles querem”, diz a consultora Viviane Mourão, da Meta&Vida Desenvolvimento em Recursos Humanos. Outro hábito comum é fazer de tudo para sair ileso dos problemas em que teria responsabilidade.

Dicas:

- Ao iniciar uma conversa e/ou reunião com ele, nunca use argumentos emocionais. Utilize seu lado racional e procure embasar ideias com dados, fatos e números”, diz a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi

- Observe bem a pessoa. O que ela faz com os outros, certamente fará com você em algum momento

- Não se deixe seduzir pelas demonstrações de extrema empatia – ele concorda com tudo, coloca-se no seu lugar com extrema facilidade e valoriza qualquer posicionamento mesmo que não concorde. Pratique sempre a dúvida e se questione se o colega sente, vê ou concorda mesmo com tudo o que você fala

- Os manipuladores costumam se desviar dos assertivos e seguros, visto que suas “fontes de trabalho” são, basicamente, a insegurança e a indecisão

- Não atenda a todas as solicitações: deixe bem claro os papéis de cada um dentro da empresa ou do departamento. Mostre seu envolvimento nas atividades que competem a você

- Denunciar as manipulações ao chefe ou bater de frente com a pessoa, segundo Viviane Mourão, é o pior erro, pois pode despertar a vontade de mostrar força.

INVEJOSO

É aquele que quer o que você tem: cargo, atividades, prestígio, atenção do chefe ou da equipe. E, por isso, estará sempre por perto se fingindo de amigo e vendo tudo o que você faz para fazer igual ou melhor. “São pessoas muito inseguras que costumam até imitar vestimentas, gestos e atitudes de seu foco”, explica a consultora de RH Viviane Mourão. Outras táticas, segundo a psicóloga Izabel Failde, são desdenhar do “alvo” ou calar-se. São comuns comentários do tipo: “você sempre tem tempo para tudo, como consegue?” ou “minhas apresentação nuca são tão boa quanto as suas”.

Dicas:

- Para neutralizar um invejoso, Renato Grinberg, diretor-geral do site Trabalhando.com, diz que o ideal é mostrar que o que ele tem é melhor do que aquilo que você tem. “Use frases de incentivo, como ‘com esse projeto, logo você vai conseguir uma promoção’. Traga-o para perto de você”, ensina. É um modo sutil de fazer com que ele passe a admirá-lo, em vez de invejá-lo

- Aproxime-se, em vez de evitá-lo. “Ajude-o a desenvolver a habilidade ou o talento que ele inveja em você”, diz a psicóloga e coach Cristiane Moraes Pertusi

- Contudo, Viviane Mourão aconselha que o alvo seja discreto em relação à sua vida pessoal e profissional, para não chamar a atenção, e mantenha sigilo sobre objetivos, projetos e documentos importantes

- Assim, resista à tentação de enfatizar elogios e prêmios que recebe da equipe ou de seus chefes. Não chame atenção além da conta.

FOFOQUEIRO

De acordo com os especialistas, é o perfil mais comum de profissional nocivo nas empresas. São pessoas que precisam falar com todos o que se passa. Sempre estão atentas aos fatos da empresa e dos colegas para dar notícias "fresquinhas” e dedicam pouca atenção ao trabalho, tornando-se improdutivas. Quem é conivente com seu estilo acaba se tornando mal visto também. “O fofoqueiro é perigoso porque é falso”, diz Cristiane Moraes Pertusi. A fofoca é ótima para o fofoqueiro porque, em algum momento, alguém vai acreditar nele e o fará sentir-se poderoso, o centro das atenções. “E essa atenção, mesmo que negativa, pode ser melhor do que ser ignorado por completo”, explica a psicóloga.

Dicas:

- Não incentive a fofoca. Quando a pessoa tentar iniciar conversas com essa conotação, mude o assunto de maneira que ela perceba que você não quer se envolver

- "Se você tem uma relação próxima com o fofoqueiro, ao revelar algo pessoal para ele nunca diga a frase ‘não conte nada a ninguém’. É a senha para a pessoa espalhar seu segredo aos quatro ventos”, afirma o consultor Renato Grinberg

- Em algumas circunstâncias pode ser necessário ouvir a fofoca (de um gestor, por exemplo). Porém, para evitar problemas futuros, não a passe adiante

- A psicóloga Izabel Failde explica que o enfrentamento também ajuda a neutralizá-lo. “Ao final, ou mesmo antes do término da fofoca, assinale que se trata de uma suposição. Questione os fatos a respeito do comentário ou alegue que a informação é um julgamento pessoal do fofoqueiro”, diz

- A fofoca é um dos comportamentos mais fáceis de combater quando se tem equilíbrio, assertividade e segurança. O fofoqueiro precisa de plateia; quando não tem, perde o poder

- Evite ficar em rodinhas, mas também não se isole. Ficar muito quieto chama a atenção e dá motivo para falarem o que não sabem de você. “Ter amizades profissionais, e não pessoais, é a melhor solução”,diz Viviane Mourão, expert em RH.

FALSO

Adota a filosofia segundo a qual “os fins justificam os meios”. Quem pratica a falsidade o faz quando percebe que pode tirar vantagem, quer sejam imediatas ou não. “Há indivíduos com extrema paciência, capazes de aguardar anos pelo seu objetivo. Nesse tempo ‘minam’ relações, praticam a mentira, ignoram a ética e o respeito ao outro”, descreve a psicóloga Izabel Failde.

Dicas:

- Transmita somente as informações básicas a ele, e de maneira sucinta. “Qualquer dado extra pode ser deturpado e usado contra você. Evite”, diz Renato Grinberg

- Procure aproximar-se e compreender seu raciocínio, seus objetivos, sua lógica. Talvez você encontre uma dose de bom senso nele e fique menos impactado com seus atos

- O falso é o indivíduo perfeito. Como perfeição não existe, então desconfie que há algo de errado. Ninguém é 100% centrado, equilibrado, feliz, competente, ouvinte, flexível e compreensivo, por exemplo. “É comum o indivíduo falso ser extremamente equilibrado, pois precisa manter a imagem criada”, explica Izabel Failde

- Em caso de dúvida sobre algo dito pelo falso, vale abster-se de comentários e praticar a observação. Ir atrás dos fatos é fundamental.

QUEIXOSO

Nada para esse tipo está bem; tudo tem um defeito. A pessoa queixosa sempre leva os problemas pessoais e profissionais aos colegas, mas não costuma aceitar ajuda ou solução. Seu prazer é se lamuriar, o que contamina o ambiente. Existem vários tipos de queixas e, se todas forem esmiuçadas, a essência mostrará apenas uma direção: baixa autoestima. Em longo prazo, pode “passar recibo” de incompetência.

Dicas:

Valorizá-lo pode ajudá-lo a se reerguer. “O queixoso precisa de um ombro amigo e verdadeiro, que lhe diga como esse comportamento o afasta das pessoas”, diz a psicóloga organizacional Izabel Failde

- "Jamais corte o relacionamento de amizade bruscamente ou diga que ele é chato”, aconselha a consultora de RH Viviane Mourão. “Apenas fale claramente que não tem tempo para ficar escutando lamúrias, pois tem trabalho a fazer”

- Quando a pessoa mencionar desastres ou tragédias, neutralize suas histórias puxando assunto sobre acontecimentos positivos

- "Se seu ambiente de trabalho permitir, adote fones de ouvido pelo menos quando a conversa estiver pesada demais”, diz o consultor Renato Grinberg.

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