quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Já sabotou sua felicidade hoje?

Se tem uma coisa que digo que todo mundo sente sem me preocupar em estar errada é medo. Todos temos medo. De coisas diferentes, claro, mas todos ficamos apreensivos frente ao desconhecido, a mudanças drásticas e a aquilo que foge do nosso controle.
E não há nada errado com isso. O medo é uma maneira do nosso cérebro nos manter longe de problemas, manter nossa vida em segurança, sem riscos. Mas nem sempre é assim que o encaramos, certo?
Algumas vezes usamos o medo como uma desculpa para colocar tudo a perder. Em relacionamentos, então, o medo pode ser seu maior inimigo. Ele o incentiva a jogar tudo para o alto e se esconder atrás de erros comuns, que você poderia evitar sem pensar duas vezes.
Mas por que fazemos isso? Porque se comprometer é assustador. Dividir sua vida, seus planos, sonhos e desejos com outra pessoa é aterrorizante. Pensar em um futuro desconhecido em que a única coisa certa é que aquele rosto estará acompanhando você dá um frio na barriga sem fim.
Só que frio na barriga pode ser uma coisa boa. Basta você olhar para ele como borboletas no estômago. É tudo uma questão de ponto de vista. E uma questão de escolha, afinal, só você pode virar para o caminho que quer.
Existem milhares de maneiras de sabotar sua felicidade, mas num relacionamento, nada mais eficaz do que olhar a grama do vizinho. Ela é mais verde, não há dúvidas. Mas tudo isso acontece porque não foi você quem colocou adubo, quem passou horas regando e cortando, tirando as ervas daninhas. Na verdade, ela só parece mais verde.
Não é simples começar ou manter uma vida a dois. E não importa se é um relacionamento mono ou poligamico, se é gay ou hétero, sempre é difícil e sempre requer força de vontade. É claro que não deve ser um sofrimento, mas manter-se de peito e coração abertos, mostrando quem você realmente é para outra pessoa não é nada fácil. Mas vale a pena.

A mulher é mais julgada do que o homem? Especialistas analisam

Se alguém quer magoar ou ofender uma mulher, o recurso mais simples é soltar um comentário maldoso sobre sua aparência. É comum a ideia de que elas são mais exigentes com a própria imagem do que com a dos homens. E que costumam criticar mais a aparência de outras mulheres do que eles fazem com os membros de seu gênero.

A maior ofensa para o sexo masculino costuma ser associada ao questionamento de sua masculinidade. Quando o alvo é o homem do tipo machão, então, é esperado que sua reação seja  mais agressiva (e até violenta).
O fato é que ninguém gosta de ter suas competências e imagem questionadas, principalmente se elas são socialmente definidas como importantes. A reação será ainda pior se houver, por parte do ofendido, alguma insegurança ou complexo em relação à qualidade criticada negativamente.

Mas é possível dizer que mulheres são mais sensíveis a críticas e julgamentos do que os homens? Segundo o psicólogo comportamental e doutorando do Departamento de Psicologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Ricardo Monezi, "ambos sofrem com julgamentos, mas elaboram o sofrimento de jeitos diferentes".

A diferença no jeito de lidar com uma ofensa explica no desnível histórico entre eles e elas: uma desigualdade de papéis sociais que vai sendo superada muito aos poucos, e com grandes dificuldades.

Espaços considerados masculinos
Mesmo considerando que, hoje, a igualdade entre homens e mulheres é muito maior, a situação demora a se equalizar. "Mulheres são mais suscetíveis à censura, porque o espaço público e o universo profissional ainda são masculinos", afirma a socióloga e professora da PUC-SP e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Carla Cristina Garcia. O problema maior com as críticas surge quando mulheres penetram os espaços tradicionalmente masculinos, porque passam a ser muito mais cobradas.

"Cada vez que a mulher entra no espaço masculino sofre muito mais pressão; se faz algo para o bem ou para o mal, a cobrança é maior, como se estivesse se metendo em algo que não lhe cabe", diz a socióloga. "A questão é de gênero, e porque elas precisam ser quatro, cinco ou seis vezes melhores do que os homens para que tenham o mesmo reconhecimento deles, é que temos a impressão de que estão mais suscetíveis e sensíveis aos julgamentos".

Coisa de homem, coisa de mulher?
Além do sério problema de segurança e autoestima gerado pela desigualdade entre os sexos, há outros fatores psicossociais que explicam a ideia de que a a mulher sofre mais com julgamentos –sejam eles sinceros ou apenas maldosos.

Elas aprendem desde o berço que não podem ser agressivas, pois "isso não é comportamento de mulher". Portanto, têm menos abertura para contestar, brigar, xingar e expressar sentimentos de raiva, aflição ou angústia. Os homens, porém, têm mais liberdade para reações agressivas.

"O resultado é que mulheres apresentam mais depressões e ansiedades (elas implodem, mas não explodem), são mais assediadas e obrigadas a conviver com os velhos julgamentos preconceituosos: 'solteirona', 'feia', 'subiu na carreira porque é amante do chefe', 'está mal humorada porque lhe falta outra coisa'", exemplifica Garcia. É muito mais raro ouvir dizer que um homem foi promovido por ser amante de alguém.
Ser julgado faz mal
"Julgamentos podem ser tão severos que geram níveis de estresse altíssimos, a ponto de causar úlceras, gastrites, variações hormonais e disfunções na amamentação, dermatites, quedas de cabelo, entre outras doenças endócrinas e cardiovasculares", enumera o psicólogo Ricardo Monezi.
A psicóloga e professora da PUC-SP Flavia Arantes Hime acredita que, se mulheres são mais sensíveis a julgamentos do que os homens, isso ocorre porque tal sensibilidade também foi cultural e socialmente aprendida. "A mulher ainda é criada para cuidar do âmbito privado, da casa e da família, voltada para a intimidade, o trato, sentimento ou bem-estar do outro".
O fato de acumularem funções (mães, profissionais e administradoras da casa), somado à necessidade de estarem sempre elegantes, magras e bem arrumadas, faz com que se cobrem ainda mais ou sintam com maior peso as críticas: não têm o mesmo desempenho ou experiência dos homens no trabalho, não são boas mães (pois passam a maior parte do tempo trabalhando), entre outros motivos.
"A própria mulher idealiza muito seu papel de boa mãe e dona de casa; isso provoca uma sobrecarga de estresse e autocobrança", afirma Flávia Hime.

Hormonal ou cultural?

De acordo com pesquisadores como Monezi, a diferença no jeito de elaborar internamente julgamentos tem fundo não só cultural e psicossocial. "É da própria estrutura hormonal da mulher ser mais agregadora e conseguir absorver o impacto dos julgamentos, reagindo de um jeito que a favorece mais, como que servindo de estímulo para vencer um desafio, com sucesso e habilidade", diz o psicólogo da Unifesp. Já o homem quer dar o troco e reage às críticas com agressividade, ímpeto típico da testosterona. 
A vantagem delas é que, com toda a cobrança e acúmulo de funções, elas vão se tornando cada vez mais habilidosas, porque aprendem a pensar antes de reagir; não têm vergonha de pedir ajuda quando precisam e se capacitam a vencer desafios em casa, na educação dos filhos, no trabalho, nos estudos, tudo ao mesmo tempo.
Segundo Flávia Hime, é importante que todas as mulheres passem a tomar atitudes libertas de velhos preconceitos: "Elas não devem cobrar apenas das filhas que a ajudem a tirar a mesa depois do jantar, mas também do marido e dos filhos", exemplifica.
Já Monezi acha que os homens é que deveriam aprender com as mulheres: absorver melhor as críticas ou "sofrer" um pouco mais com elas, e utilizar julgamentos não como fundamento da agressividade, mas como oportunidade de um autoexame mais profundo.


Fonte:  http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2013/09/26/a-mulher-e-mais-julgada-do-que-o-homem-especialistas-analisam.htm