quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Saiba gerenciar humores e hormônios para melhorar sua empresa


Você faz tudo direitinho para dar a largada no seu empreendimento. Acumulou uma reserva financeira de backup e fará tudo para não usá-la, a não ser para a expansão de sua nova empresa.
Convenceu os talentos certos e complementares às suas expertises para gerarem a sinergia criativa que responderá com eficiência à demanda de sua clientela. E fez mais: conseguiu clientes sólidos e cheios de expectativas nas primeiras semanas de seu novo negócio. Agora é só correr para o abraço, não é mesmo? 
Nem sempre. Porque entre as suas intenções e a lucratividade do outro lado do empreendimento existem os pilares que você construiu com talentos essencialmente humanos que, sob a influência imprevista dos hormônios podem se transformar em verdadeiras pedras mal humoradas no meio do caminho.
A instabilidade emocional é intangível, mas capaz de criar tantos ruídos, idas e vindas, que poderá comprometer a entrega dos produtos e/ou serviços; prejudicar o bom andamento da produção e comprometer, irreversivelmente, o relacionamento que você tenta estabelecer com sua clientela.

Masculino e feminino

Ao lidar com os seus parceiros de equipe é decisivo que você aprenda a se envolver emocional e profundamente com eles e elas. Os homens, independente da expertise que agreguem ao seu projeto, são humanos a ponto de agirem, muitas vezes, sob a influência do hormônio masculino, a testosterona.
O professor Paul Middleton, diretor do Instituto Australiano de Educação Clínica, responsável pelo treinamento de médicos e enfermeiros que atendem acidentes graves, relaciona em seu artigo “Testosterone and Trauma” (Testosterona e Trauma) os altos índices de traumas em acidentes e violência entre homens com idades abaixo de 45 anos ao impacto da testosterona nas decisões que levaram aos acidentes. (Faça o download do artigo aqui).
Segundo o médico, o hormônio masculino é responsável, principalmente, entre os jovens pelas atitudes e comportamentos envolvendo riscos e decisões apressadas, que quando assumidas no comando de um veículo podem se transformar em acidentes perigosíssimos.
Se transpusermos a influência da testosterona para o nosso dia a dia de empreendedores, que tem um componente de risco altíssimo que estimula a tomada de decisões rápidas, vamos aprender a gerenciar com mais eficiência os rompantes de nossos colaboradores masculinos.
Aprenderemos, também, a entender por que fecharam determinados negócios sem dividir a avaliação dos riscos envolvidos com a equipe ou por que nos respondem de maneira agressiva (e muitas vezes mal humorada) quando um sim ou um não, expressado com gentileza, seria suficiente para nos fazer entender suas intenções. 
Assim como os homens, as mulheres também têm seus humores influenciados pelos hormônios.
No artigo de André B. Veras e Antonio E. Nardi, “Hormônios sexuais femininos e transtornos de humor”, publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, aprendemos que “as alterações fisiológicas dos hormônios sexuais ocorrem em todas as mulheres, o que nos sugere que a alta prevalência de transtornos de humor pode ser resultado de mudanças hormonais associadas a um fator genético predisponente”.
O artigo ainda nos chama a atenção para o “padrão de alterações neuroendócrinas relacionadas aos hormônios femininos e o ciclo reprodutivo tornam as mulheres mais vulneráveis a mudanças de humor e sensíveis a fatores sociais, psicológicos e fisiológicos”.

Harmonizar e orientar

Ou seja, nossos principais pilares de quaisquer empreendimentos são homens e mulheres, portanto, pessoas suscetíveis à influência dos hormônios, em um grau que muitas vezes lhes escapam à percepção e ao controle.
E se soubermos como líderes do empreendimento avaliar as oscilações de humor, com suas variantes de agressividade, rompantes inesperados ou através de acordos fechados precipitadamente talvez nos tornaremos melhores gestores de nossas equipes, principalmente, quando somos marinheiros de primeira viagem.
Principalmente se desenvolvermos a consciência de que devemos nos esforçar para distinguir nossos rompantes emocionais de orientações adequadas à eficiência do projeto, ao separá-los das influências dos hormônios, que nem mesmo os empreendedores escapam.
Gerenciar os hormônios e os humores, nossos e da equipe, nos permitirá também criar em médio prazo um relacionamento mais harmonioso que estimulará decisões mais equilibradas e consistentes, desvinculadas da influência hormonal.
Evitando, principalmente, que se manifestam inesperadamente fora dos padrões de gentileza e serenidade que estimulamos e acordamos no trato com nossa clientela. 

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